Está trabalhando com o Firebird e precisa criar um aplicativo de dashboards, desenvolvedor? Neste artigo vamos entender alguns desafios que isso pode gerar e conhecer uma maneira mais simples de integrar dashboards mobile com banco de dados Firebird. Vamos lá?
Embora seja bastante usado entre as empresas de tecnologia e software houses, o Firebird é um banco de dados antigo e de difícil escalabilidade. Isso traz dificuldades na hora de criar um aplicativo mobile para ERP, dificultando o trabalho dos desenvolvedores.
Não que seja impossível realizar essa missão, mas são vários os desafios a serem superados. As equipes precisam aplicar grandes esforços, altos investimentos e custos, demanda de tempo e mão de obra especializada, entre outros.
O Firebird é um software de gerenciamento de banco de dados relacional de código aberto, amplamente utilizado em aplicativos corporativos devido à sua confiabilidade, escalabilidade e baixo custo de implantação.
Neste artigo, vamos explorar os aspectos técnicos do Firebird, bem como as dificuldades que os desenvolvedores podem enfrentar ao criar aplicativos com ele.
O que é banco de dados Firebird?
O Firebird foi desenvolvido pela Firebird Foundation, uma organização sem fins lucrativos, e é mantido pela comunidade de desenvolvedores em todo o mundo. É um software de gerenciamento de banco de dados relacional (RDBMS) de código aberto que suporta o padrão SQL ANSI-92.
Pode ser também uma alternativa ao MySQL e ao PostgreSQL, que também são bancos de dados de código aberto.
O Firebird é compatível com diversas plataformas, incluindo Windows, Linux, macOS e outros sistemas operacionais. É também um banco de dados cliente-servidor, o que significa que ele usa um servidor para gerenciar o acesso dos clientes aos dados.
O servidor pode ser executado em uma máquina separada daquela em que o cliente está executando, permitindo que vários usuários acessem os dados ao mesmo tempo. Ele também suporta transações ACID, que garantem que as operações de banco de dados sejam atomicamente consistentes, isoladas e duráveis.
Firebird usa o formato de arquivo de banco de dados padrão do setor, o que significa que é compatível com uma variedade de ferramentas e tecnologias de terceiros, como ODBC, JDBC e ADO.NET. Isso permite que os desenvolvedores criem aplicativos em uma variedade de linguagens de programação, como Java, Python, C# e C++.
A história do Firebird
O Firebird é derivado do código Borland InterBase. Quando foi efetuada a abertura de seu código na versão 6.0, mesmo distribuindo o código-fonte do InterBase, a Borland anunciou a continuidade no desenvolvimento de versões comerciais do produto.
O fato das versões 6.5 e 7.0 (ambos comerciais) do InterBase serem lançadas com código-fonte fechado trouxe desconforto no relacionamento entre a comunidade Firebird e a Borland.Alguns programadores, em associação, assumiram o projeto de identificar e corrigir inúmeros defeitos da, até então, InterBase 6.0.
E nesse contexto, surgiu o Firebird 1.0 em 25 de Julho de 2000. A versão mais recente estável é a 3.0, lançada dia 19/Abril/2016.Aqui a linguagem SQL (Structured Query Language) é utilizada de maneira relativamente parecida entre os principais bancos de dados relacionais do mercado.
Por que Firebird é o querido?
Por ele ter nascido de códigos desenvolvidos da Borland. Muitos desenvolvedores utilizavam o InterBase como uma versão acessível e conhecida para aplicações Delphi (linguagem da Borland na época).
Nesse contexto, foi fácil disseminá-lo entre os DEVs que utilizavam a mesma linguagem, ou seja, funcionou como uma ponte migrando para outras linguagens que possuíam o mesmo princípio visual.
Era real. Existia um banco de dados de fácil instalação, configuração e com arquivo único, até mesmo, sem dispor de muita segurança. No início dos anos 2.000 havia uma ascensão do mercado ERP com vários conceitos sendo aplicados, como: serverless, escalabilidades e metodologias. Mas será que havia espaço para o conceito cloud ?
A maior preocupação nesta fase, estava no visual, ou seja, com o recém-lançado Windows XP. As maiores Software Houses da época começaram a conversão em larga escala de seus sistemas integrados baseados em DOS (como Clipper e COBOL), que não trabalhavam com banco de dados relacional.
Naquele momento, a maioria trabalhava apenas com arquivos de dados, ou seja, estavam prestes a perder mercado para Software Houses que já estavam nascendo com sistemas tão elegantes e de fácil operação, como o Windows XP.
Pontos para ficar de olho no Firebird
Um desenvolvedor cria um banco de dados (e, normalmente, um aplicativo cliente que o acompanha) para instalação em locais remotos. Nestes locais, é natural que ao menos uma pessoa da empresa tenha acesso irrestrito ao computador no qual o servidor Firebird será executado – para poder comandar tarefas que envolvam backup e manutenção. Ou seja, o acesso direto aos arquivos permite que se ganhe acesso completo e irrestrito a toda a informação das tabelas (dados e metadados).
Nestes casos, o desenvolvedor pode não confiar que os usuários deste local respeitarão a propriedade intelectual que este banco de dados representa. Então, fica o receio de que o usuário faça a engenharia reversa do banco de dados por interesse próprio, ou que não haja, neste local, uma preocupação real em manter seguros os arquivos a acesso de terceiros.
Contras do Firebird
Algo que o Firebird deixa a desejar, é o seu controle de acesso simples. O procedimento padrão para toda instalação, mostra que não há muita preocupação com esse ponto.
Além disso, o Firebird não oferece nenhuma facilidade integrada de encriptação. A resposta simples às questões de segurança é que isto não pode ser feito com as atuais capacidades do Firebird. Se um usuário tem acesso direto ao arquivo, também terá acesso irrestrito às informações dele.
Existe apenas uma solução possível para esses problemas: armazenar o banco de dados em seu próprio computador e usá-lo como servidor remoto. Dessa forma você permite que os clientes conectem-se ao banco através da internet. Terminal server (Windows ou Linux/Unix) é uma alternativa interessante para implementar esta estrutura.
Desta forma, você fica com o controle sobre o arquivo de banco de dados e pode restringir o acesso às suas informações, ou seja, começa aqui um problema de escalabilidade.
Servidor Firebird Embedded
Há uma versão especial do servidor Firebird chamada de “embedded”. Esta versão é, na verdade, uma biblioteca cliente especial, que inclui o servidor em si.
Quando um aplicativo chama essa biblioteca, ela carrega o servidor e permite acesso direto a qualquer banco de dados do computador local. Dessa forma, não usa o banco de dados de segurança.
O nome de usuário especificado durante o “logon” (não existe autenticação de senha) é utilizado para gerenciar o acesso aos objetos do banco de dados (por permissões SQL), mas se este usuário for SYSDBA (ou o dono do banco de dados), então, o acesso irrestrito é possível.
As características do servidor embedded são úteis a desenvolvedores que querem criar aplicativos monousuários simples de se distribuir e que não requerem muita segurança.
Dessa breve descrição, pode parecer que ter um aplicativo com servidor embedded instalado em um servidor que esteja armazenando outros bancos de dados possa representar um grave risco à segurança. Mas na realidade, o risco não seria maior se o servidor embedded não existisse.
Adaptando o modelo Firebird ao mercado Atual
Transformando a aplicação como sendo o próprio servidor utilizado da sua configuração Embedded, neste ponto podemos trabalhar com um modelo de aplicação independente e offline, muito utilizado para rodar em Smartphones.
Perfeito para pequenas aplicações que não necessitam de uma alta disponibilidade e um número elevado de usuários, sendo uma excelente escolha para criar catálogos de demonstração de produtos, agendas ou pequenos utilitários.
O modelo de servidor Embedded por ser muito leve e permitir ser executado em praticamente qualquer tipo de dispositivo, minimiza os problemas de distribuição, escalabilidade, e configuração das pequenas aplicações, tornando-se a solução ideal para apresentações de software e pequenas aplicações.
Aplicações embarcadas estão em crescimento relativamente alto, ainda mais com o preparo para o mobile, outro tema muito importante na comunidade. Desenvolver uma aplicação embarcada faz com que o seu software seja capaz de ser executado em qualquer tipo de dispositivo, dispensando a instalação, configuração, distribuição de arquivos e muitas outras etapas.
A princípio pode parecer complicado, afinal, imaginando esse cenário: o que, necessariamente, devemos mudar ou configurar em nossa aplicação para que seja possível gravar dados em dispositivos portáteis? A resposta para essa pergunta é: nada.
Toda a característica de Embedded, neste caso, concentra-se no servidor de banco de dados que suporta este recurso. Claro que para desenvolver aplicações embarcadas, poderíamos fazer a persistência dos dados em arquivos .txt ou .xml ou JSON localmente.
Ou então, outro conceito mais utilizado para aplicações Mobile é o SQLite, e depois atualizado por API concentrado em um Banco Online com escalabilidade para concentrar todas as informações, com toda segurança exigida atualmente.
Mas estamos falando de um conceito ainda reutilizado desde os anos 2000, no qual foi aderido muito bem no cenário da época.
Dificuldades de criar aplicativos com Firebird
Embora o Firebird seja um software de gerenciamento de banco de dados poderoso e confiável, os desenvolvedores podem enfrentar desafios ao criar aplicativos com ele. Confira abaixo alguns desses desafios:
1 Complexidade de instalação e configuração
Embora a instalação do Firebird seja relativamente simples, configurá-lo corretamente pode ser um desafio para os desenvolvedores.
A configuração envolve a criação de usuários e senhas, a configuração de permissões de acesso, a definição de caminhos de diretório e outras tarefas administrativas.
Isso pode ser particularmente difícil para desenvolvedores iniciantes que não estão familiarizados com o Firebird ou com o gerenciamento de banco de dados em geral.
2 Problemas de compatibilidade
O Firebird é compatível com uma variedade de sistemas operacionais e linguagens de programação, mas pode haver problemas de compatibilidade ao usar o Firebird com tecnologias de terceiros, como por exemplo, ao usar drivers ODBC ou JDBC, especialmente se eles não forem atualizados regularmente.
3 Desempenho
O desempenho do Firebird pode ser um problema em aplicativos com grande volume de dados ou com muitos usuários simultâneos.
Os desenvolvedores precisam estar cientes da configuração do hardware em que o Firebird está sendo executado e da otimização do esquema do banco de dados para garantir um desempenho adequado em aplicativos com alta demanda.
4 Gerenciamento de backup e restauração
O gerenciamento de backup e restauração é uma tarefa importante em qualquer aplicativo de banco de dados, mas pode ser particularmente desafiador com o Firebird.
O Firebird oferece várias opções de backup, incluindo backup completo, backup incremental e backup diferencial, mas a escolha da opção certa depende da configuração do aplicativo e da estrutura do banco de dados.
A restauração também pode ser um processo complexo, especialmente se houver muitos usuários acessando o banco de dados enquanto a restauração estiver em andamento.
5 Dificuldade em levar Firebird para mobile
Embora o Firebird seja compatível com várias plataformas, incluindo Windows, Linux e macOS, levar o Firebird para o mobile é problemático para os desenvolvedores, já que ele não é compatível com as plataformas mobile mais populares, como Android e iOS.
Para contornar esse problema, é possível utilizar uma API que permita construir os aplicativos mobile acessando o banco de dados em Firebird.
Isso envolve a criação de um servidor que se comunica com o banco de dados e expõe uma API REST para o aplicativo mobile.
Embora essa abordagem adicione complexidade ao projeto, ela permite que os aplicativos mobile acessem os dados do Firebird de forma segura e confiável.
6 Dificuldade em programar dashboards com o Firebird
Os dashboards são uma maneira eficaz de visualizar dados em um aplicativo e fornecer informações úteis aos usuários. No entanto, programar dashboards no próprio Firebird pode ser um desafio para os desenvolvedores. Isso ocorre porque o Firebird não inclui recursos de visualização de dados, como gráficos e tabelas dinâmicas.
Para criar dashboards utilizando o Firebird, é possível optar por usar uma ferramenta de visualização de dados de terceiros, como o Tableau ou o Power BI. Essas ferramentas permitem que os desenvolvedores se conectem ao banco de dados Firebird e criem visualizações de dados interativas usando gráficos, tabelas e outros recursos.
É possível ter escala e fácil usabilidade em Big Data com Firebird ?
Apesar de não ser o DB favorito e nem o mais fácil para isso, sim é possível, mas se prepare para as dores de cabeça.
Seu funcionamento em 64 bit foi liberado a partir da versão 3.0, e somente após isso que estamos conseguindo medir sua performance em ambientes desse porte. Até então, pouquíssimas empresas se aventuram em Big Data utilizando Firebird.
Seu sistema de segurança não é dos mais seguros, e seu sistema de integridade de dados menos ainda. É muito comum trombarmos em rotina de empresas de alta performance, bancos que não tiveram seus commits encerrados adequadamente, quedas de energia, perda de índices corrompidos em sua estrutura de tabela, todos pontos simples na maioria da empresa, mas que derrubam a integridade de seu arquivo, o deixando corrompido.
Para restaurar um banco Firebird, utilizamos um processo chamado de Backup / Restore, podendo eliminar campos corrompidos, desligando índices obrigatórios, para depois eliminar os registros manualmente, e assim, recuperar todo seu conteúdo restante.
Mas não é um trabalho dos mais rápidos. Já tive experiência de trabalhar com bancos de 10 GB, no qual um processo de backup levou 1 hora! E depois o restore mais 1 hora. Se escalarmos 1h a cada 10GB, e chegarmos a um banco de 100 GB, como seria esta realidade?,
Se a sua sensibilidade de corrompimento te coloca em uma prática relativa a este conserto no mínimo 1x por mês, será que ele ainda é viável para sua aplicação? Evitar a sensibilidade do Firebird, é mais difícil, porém trabalhar no tempo de resposta da sua reabilitação pode ser o caminho.
O Firebird disponibiliza uma ferramenta pouco conhecida ainda entre os fãs deste DB, e ela pode ajudar muito na sua reputação: o “Backup Incremental”, desenvolvido a partir do Backup. Já vi exemplos publicados pela IBSurgeon (empresa Russa especializada em administração de Firebird) em que eles demonstram bancos facilmente gerenciáveis de 450 gigas, algo impensável com Firebird!
No caso, os backups incrementais são quebrados, por mês, semana, dia e hora,fragmentando seu banco de dados separadamente pela proporção de dados de cada intervalo. Quebrando os tamanhos, ou seja se você tiver um corrompimento, provavelmente será no intervalo de 1 hora que onde o fluxo de atualização estaria efetivamente constante.
Veja este vídeo do nosso canal do YouTube e saiba o que é necessário para trabalhar com o Firebird em aplicativos, e como a TecnoSpeed pode te ajudar com a API que o PlugDash oferece:
Em um banco desse tamanho, apenas 1 hora de dados, recuperar e levantar isso proporcionalmente a 450 gigas, já se torna algo muito mais viável, talvez não para uma aplicação mobile, mas para uma aplicação server, com certeza.
Como integrar API no Firebird?
A integração de API é uma das formas mais eficazes de permitir que aplicativos móveis acessem dados do Firebird.
Para integrar uma API no Firebird, os desenvolvedores podem usar uma linguagem de programação, como por exemplo Python ou PHP, para criar um servidor intermediário que se comunica com o banco de dados Firebird e expõe uma API REST para o aplicativo móvel.
O seu time pode usar por exemplo os frameworks Flask ou Laravel para criar facilmente um servidor intermediário. Esses frameworks incluem recursos rápidos para criar rotas da API e se comunicar com o banco de dados Firebird.
O servidor intermediário é configurado para se comunicar com o banco de dados Firebird, recuperar os dados e formatá-los em um formato JSON que pode ser consumido pelo aplicativo móvel.
Uma vez que a API está em funcionamento, os desenvolvedores podem usar ferramentas de teste de API, como o Postman ou Insomnia, para testar a API e garantir que ela esteja funcionando corretamente.
A integração de APIs no Firebird pode ser um processo complexo, mas uma vez configurada, oferece uma maneira confiável e segura para os aplicativos móveis acessarem dados do Firebird.
Crie dashboards mobile com o PlugDash utilizando Firebird
O PlugDash é uma API de criação de dashboards móveis que permite que os desenvolvedores criem facilmente painéis personalizados para exibir dados, mesmo com o Firebird.
O PlugDash suporta o desenvolvimento de vários tipos de gráficos, incluindo barras, linhas, rosca, pizza e gráficos de dispersão.
Melhor que isso, os painéis do PlugDash também podem ser personalizados para atender às necessidades específicas do aplicativo. É uma ferramenta de fácil utilização que requer pouca experiência em codificação e apenas um conhecimento mínimo em SQL, tornando-a acessível para desenvolvedores com diferentes níveis de habilidade.
O PlugDash oferece suporte nativo ao Firebird, permitindo que os desenvolvedores se conectem facilmente ao banco de dados sem a necessidade de criar uma API intermediária. Depois que o banco de dados Firebird estiver conectado à nossa API, já pode começar a criar painéis personalizados usando o ambiente de gestão de dashboards do PlugDash.
Nesse ambiente, você ainda consegue construir uma biblioteca de gráficos, ou seja, criar e implantar um mesmo gráfico para diversos clientes, sem ter que alterar um a um. É só contar com a biblioteca de gráficos do Dash!
Clique no botão abaixo para conhecer melhor a solução!
Conclusão
O Firebird é uma escolha sólida para aplicativos empresariais, mas quem desenvolve precisa estar ciente dos desafios que podem enfrentar ao trabalhar com esse banco de dados, incluindo a complexidade de instalação e configuração, problemas de compatibilidade, desempenho e gerenciamento de backup e restauração.
A criação de dashboards móveis pode ser feita facilmente usando o PlugDash, nossa ferramenta de visualização de dados, gerando gráficos realmente úteis e com boa navegação para os usuários.