O movimento e o conceito de Banking as a Service têm revolucionado o mercado financeiro. E neste artigo você entende tudo que precisa sobre este tema!
Banking as a Service (BaaS) é o foco de negócio de diversas instituições que estão surgindo no mercado, uma atividade que complementa o portfólio de bancos médios e uma oportunidade de inovação para os grandes bancos.
Para todos os casos, BaaS é uma tendência que vem crescendo nos últimos tempos e promete ser ainda mais relevante e presente nos próximos anos. Mas, você sabe o que esse conceito quer dizer?
Na essência do Banking as a Service, temos a transição dos bancos de “cofres” para verdadeiros hubs (agregadores) de serviços financeiros. Vamos, então, entender isso melhor? A seguir, te explicamos o que é, o contexto, funcionamento, vantagens e projeções futuras do BaaS. Vem com a gente!
A modernização das instituições financeiras
Você já ouviu falar em fintech, open banking e open finance por aí? Esses conceitos fazem parte do processo de modernização e digitalização dos bancos e instituições financeiras.
Há pouco mais de 5 anos, falar em conta digital era novidade e até motivo de desconfiança para alguns correntistas de longa data dos grandes bancos. No entanto, isso mudou com o incentivo à digitalização e ampliação do mercado financeiro por parte da FEBRABRAN (Federação Brasileira de Bancos) e do Banco Central.
Vimos fintechs, como Nubank, Banco Inter e PicPay, ganharem espaço, confiança e a preferência dos usuários. Sem contar a grande participação dessas organizações na redução de desbancarizados no país, pois passaram a oferecer soluções menos burocráticas e pensadas para serem acessíveis para esse público.
Dentro disso, tivemos a ascensão das contas digitais, com taxas reduzidas ou isentas. Na sequência, foi estabelecida uma integração entre dados e uma padronização tecnológica das instituições – processo chamado de open banking.
Tal processo se ampliou para o que chamamos de open finance, para que essa integração abarcasse não só os bancos, mas o ecossistema financeiro como um todo, continuando a modernizar o mercado, simplificar os processos e beneficiar os usuários e clientes.
Em paralelo, e graças ao aceleramento promovido pela pandemia, as tecnologias de pagamento evoluíram, seja via online, aproximação, o tão famoso e querido Pix. E, mais recentemente, tivemos a invasão do varejo no setor fintech, com grandes marcas, como Magazine Luiza, Mercado Livre e Americanas, passando a oferecer serviços financeiros.
Em todos esses pontos temos exemplos de uma atuação na área de Banking as a Service – ainda que o termo não fosse utilizado. O banco deixa de ser um mero e simples banco, e se torna capaz de solucionar diversas demandas do dia a dia das pessoas e empresas que atende.
O que é Banking as a Service?
Com o contexto acima em mente, Banking as a Service, ou BaaS para simplificar, é justamente esse conjunto de soluções fintech que estão cada vez mais disponíveis e presentes no dia a dia dos usuários e essa movimentação de ampliação e descentralização dos serviços bancários.
Com o BaaS, qualquer organização, não necessariamente financeira, pode integrar serviços financeiros em seu portfólio, como contas digitais, pagamentos e cartões, e passar a oferecê-los aos seus clientes em suas plataformas – apps, lojas, etc.
Entretanto, é importante deixar claro que BaaS não é só conta digital e cartão de crédito, esse segmento pode envolver também investimentos, criptomoedas, câmbio, empréstimos e outros diversos serviços do espectro financeiro-tecnológico.
Banking as a Service é uma evolução natural do mercado e uma área que ainda vai evoluir muito nos próximos anos.
Como funciona o Baas?
Como já falamos, os bancos digitais, contas digitais e fintechs estão na base do mercado BaaS. É a partir desses elementos que empresas interessadas em investir e passar a atuar no segmento de serviços financeiros podem tirar isso do papel.
Na prática, existem diversos modelos de negócio que podem ser explorados pelas organizações, e é isso que garante o benefício do usuário, como falaremos mais a seguir, por conta da ampliação da concorrência.
Um desses modelos é das próprias instituições financeiras e bancos integrarem em seu portfólio produtos de Banking as a Service, aumentando seu alcance, público e atuação. Neste caso, o BaaS é um departamento ou área de investimento dentro da organização e um exemplo seria o Banco Itaú.
Outra opção possível é a oferta das soluções BaaS serem desenvolvidas e ofertadas por fintechs e demais empresas de tecnologia, integrando as partes envolvidas – instituições financeiras, empresas de forma geral e clientes finais. Aqui entram, por exemplo, as organizações que oferecem softwares de gestão de cobranças e soluções de pagamentos.
E, claro, as empresas de qualquer segmento também podem integrar produtos e operações bancárias em seu ambiente digital e/ou plataformas aos seus clientes, sem precisar de uma instituição financeira ou banco como intermediário.
Independentemente do modelo de negócio adotado, as entregas de Banking as a Service ocorrem por meio da integração de dados do open banking e open finance, e de APIs, que são aplicações integráveis e que permitem a comunicação entre diferentes plataformas.
Usabilidade por meio da pessoa física
No final das contas, os usuários são os maiores beneficiados por toda essa modernização, abertura e descentralização dos bancos e do mercado financeiro. Isso porque as ofertas se tornam muito mais abundantes, competitivas, descomplicadas e de qualidade.
O BaaS está presente na rotina financeira da pessoa física e a beneficia graças às/aos:
- contas digitais, que levaram o banco para a palma da mão e deixaram os serviços a distância de alguns cliques;
- carteiras digitais e demais aplicativos de cobrança e pagamento;
- apps de delivery e outros serviços, como Uber e Ifood, que têm pagamentos integrados;
- maquininhas de cartão que permitem tanto pagamentos físicos quanto via link enviado no WhatsApp;
- cartões de lojas de departamento e supermercado, que facilitam o acesso das compras e condições diferenciadas de compra e pagamento;
- entre outras soluções digitais financeiras que facilitam seu dia a dia.
Usabilidade pelas empresas
Para as organizações, o Banking as a Service é uma solução para poderem contar com um software de gestão que contemple todas as suas demandas de cobranças e pagamentos de forma unificada, digital e, às vezes, até mobile.
Além disso, esse movimento também garante que os bancos ofereçam recursos facilitadores para as empresas e toda a operação dos negócios seja ampliada e fortalecida, capaz de oferecer um serviço mais relevante, completo e eficiente aos seus clientes.
Qual o cenário futuro?
Assim como boa parte das tendências financeiras dos últimos tempos, a expectativa para o futuro é de ampliação.
Ainda existem desafios pela frente, como a questão regulatória, da educação financeira e digital, e a relação entre competitividade e cooperação entre as organizações do mercado, mas o cenário promete ser positivo, de crescimento e evolução.
De acordo com o painel do evento FEBRABAN TECH 2022, a previsão é termos cada vez mais empresas aderindo essa abordagem e cada vez mais possibilidades para beneficiar a economia, o segmento fintech e, sem dúvidas, os usuários.
Por que entender mais sobre tecnologia financeira?
Se a tecnologia financeira está evoluindo, você precisa evoluir junto com ela, afinal, esse segmento está cheio de novas oportunidades e possibilidades.
Aproveitando essa reflexão sobre o futuro que fizemos, levantamos o questionamento: será que os bancos digitais vão invadir o varejo?
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