Transferências DOC e TED vão acabar? Entenda como está o cenário das tecnologias bancárias no Brasil

O DOC e o TED estão com os dias contados? Entenda, neste artigo, o que vai acontecer com esses meios de pagamento.

Você está por dentro de todas (e tantas) mudanças estão ocorrendo nos meios de pagamento no Brasil?

A evolução dos meios de pagamento no Brasil tem sido marcada por inovações tecnológicas significativas. 

Desde a introdução do dinheiro físico, passando por cheques, cartões de crédito e débito, até a chegada de transferências eletrônicas como TED e DOC, a maneira como lidamos com dinheiro tem mudado constantemente. 

Recentemente, o Pix, um sistema de pagamento instantâneo, entrou em cena, revolucionando ainda mais o cenário financeiro. 

Acompanhe o artigo para descobrir se as transferências DOC e TED vão mesmo acabar!

O DOC e TED são formatos de transferências bancárias utilizadas por pessoas físicas e também por empresas. Atualmente, o cenário mudou, entenda melhor lendo este artigo.

O que é transferência DOC?

A transferência DOC (Documento de Ordem de Crédito) é um método de transferência de dinheiro entre contas de diferentes bancos. 

O valor transferido fica disponível no próximo dia útil, desde que a transferência seja feita até as 21h59. Há um limite de R$ 4.999,99 por operação ou por dia.

O que é transferência TED?

A Transferência Eletrônica Disponível (TED) é um tipo de operação financeira que permite a movimentação de valores entre diferentes bancos. 

Diferentemente do DOC, que possui um limite de R$ 4.999,99, a TED não tem um valor máximo para transferências, permitindo que grandes quantias sejam transferidas de uma só vez.

A TED tem como vantagem a rapidez na transação, pois o valor é creditado na conta do destinatário no mesmo dia, desde que a transferência seja realizada dentro do horário de funcionamento dos bancos.

O que é transferência TEC?

O TEC (Transferência Especial de Crédito) é um procedimento também financeiro usado somente por corporações para conceder vantagens aos seus colaboradores. A transação é completada, no mais tardar, até o encerramento do dia em que a instrução foi fornecida.

O DOC e TED vão deixar de existir?

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) confirmou que o sistema de transferência DOC (Documento de Ordem de Crédito) será gradualmente eliminado. A previsão é que até o final de fevereiro de 2024, as operações via DOC não estarão mais disponíveis. 

Esta decisão foi tomada em resposta à crescente preferência por métodos de transferência mais eficientes e econômicos, como o Pix, que foi introduzido em 2020.

O uso do DOC tem experimentado um declínio constante nos últimos anos. Em 2022, as transações realizadas através do DOC representaram apenas uma pequena fração do total de operações bancárias realizadas no país. Em contraste, o Pix tem se mostrado extremamente popular, com um número de transações que supera em muito o do DOC.

Além disso, a Transferência Especial de Crédito (TEC), que é usada principalmente por empresas para pagar benefícios aos funcionários, também será descontinuada.  Ou seja, o termo é parecido, porém, não foram anunciadas mudanças relacionadas à Transferência Eletrônica Direta (TED).

A decisão de eliminar tanto o DOC quanto a TEC foi influenciada pela busca por oferecer aos clientes uma experiência melhor e mais rentável. Outros métodos de transferência, como a TED, oferecem um serviço semelhante de forma instantânea e, no caso do Pix, sem nenhum custo para transações de menor valor.

Isaac Sidney, presidente da Febraban, destacou que a federação e os bancos estão sempre buscando formas de modernizar e atualizar os meios de pagamento disponíveis no país. 

Ele mencionou que, com a introdução do Pix e a possibilidade de realizar transações bancárias com taxas mais baixas, tanto o DOC quanto a TEC perderam a preferência dos clientes. O Pix, sendo gratuito e instantâneo, tornou-se a opção mais atraente.

Quais os prazos para encerrar as transferências DOC e TEC nos bancos?

A Febraban estabeleceu um cronograma para a descontinuação tanto do DOC quanto da TED. Aqui estão os principais marcos desse cronograma:

• 15 de janeiro de 2024: Esta é a data final para os bancos oferecerem o serviço de emissão e agendamento de DOC para seus clientes, tanto pessoas físicas quanto jurídicas. Após essa data, os clientes não poderão mais agendar novas transferências DOC;
• 29 de fevereiro de 2024: Este é o último dia para o envio de DOCs que foram agendados até 15 de janeiro de 2024. Após essa data, nenhum DOC agendado será enviado.
• 29 de fevereiro de 2024: Até essa data, os bancos devem encerrar todos os sistemas de recebimento e processamento de DOCs e TECs. Isso significa que, após 29 de fevereiro de 2024, nenhum banco estará mais processando essas transações. O prazo leva em conta a necessidade de os bancos que não emitem esses documentos continuarem a processar os DOCs e TECs que ainda estiverem pendentes.

Tecnologia Bancária no Brasil

O setor bancário brasileiro está vivenciando um “boom tecnológico” em 2023. Segundo a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, realizada pela Deloitte, os bancos do país planejam destinar R$ 45,1 bilhões para tecnologia este ano, um salto de 29% em relação ao ano anterior.

Em 2022, o investimento em tecnologia aumentou 18% em comparação com 2021, atingindo R$ 34,9 bilhões. Esse crescimento foi impulsionado pela adoção de tecnologias como a nuvem e a inteligência artificial.

A segurança cibernética foi uma prioridade unânime para os bancos em 2022. Em 2023, a tendência é que os bancos continuem a investir em tecnologias centradas no cliente, como CRM, inteligência artificial, análise de dados e big data. Além disso, a migração para a nuvem deve crescer pelo menos 20% em 2023.

O Pix é o meio de pagamento mais utilizado do último ano?

De acordo com dados do Banco Central (BC), o Pix representou 29% do volume total de transações financeiras realizadas em 2022, superando os cartões de crédito e débito. Em comparação, as transações com cartão de crédito representaram 20% do volume total, enquanto as transações com cartão de débito representaram 19%.

Em 2021, o Pix era responsável por 16% das transações, enquanto os cartões de crédito e débito representavam 22% e 23%, respectivamente. O rápido crescimento do Pix desde o final de 2020 resultou em uma diminuição relativa na participação de outros meios de pagamento e transferência no volume total de transações financeiras.

Apesar do aumento da participação do Pix, o uso de cartões também aumentou em termos absolutos. No entanto, o uso de boletos estagnou (8,91%), e houve uma queda mais acentuada na utilização de cheques, que representaram menos de 1% das transações.

O Pix é um sistema de pagamento instantâneo que permite transferir dinheiro de uma conta para outra em até dez segundos, a qualquer hora, todos os dias. Além de transferências, o Pix também pode ser usado para fazer compras e pagar contas e impostos. 

O sistema pode ser usado tanto por pessoas físicas quanto por empresas, incluindo microempreendedores individuais (MEIs), e não há limite para a quantidade de transações via Pix por mês.

Pix em ascensão

O PIX, que vem revolucionando o sistema de pagamentos no Brasil, está sendo incorporado em documentos fiscais eletrônicos, como a NFC-e. Essa mudança recentemente divulgada pela SEFAZ-RS afetará a maneira como os varejistas recebem pagamentos. 

O Decreto nº 56.670/2022, da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, agora estabelece a obrigatoriedade de vinculação integrada e automatizada do comprovante de pagamento eletrônico com a Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e), eliminando a interação humana para este fim.

Essa mudança, embora inicialmente aplicada no Rio Grande do Sul, tem potencial para ser adotada por outros estados. Isso significa que varejistas não poderão mais lançar recebimentos manuais ou usar a chave estática do PIX para receber pagamentos por suas vendas.

Em vez disso, a transação PIX deverá em um breve futuro estar vinculada à NFC-e, proporcionando maior segurança e rastreabilidade das operações comerciais. 

Entenda mais sobre esse assunto neste artigo.

Ainda sobre a ascensão do Pix, ele também está sendo integrado a outros meios de pagamento muito utilizados, como o boleto, por exemplo.

O Boleto com QRCode Pix é uma inovação que facilita ainda mais o pagamento para clientes finais, entregando maior flexibilidade e segurança nas transações.

Está claro como o Pix e o Boleto permanecem nesta etapa de avanço e investimentos tecnológicos pela força da usabilidade popular e empresarial.

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A evolução dos meios de pagamento no Brasil é uma realidade inegável. A descontinuação do DOC e TED, e a ascensão do Pix, refletem a busca por eficiência e praticidade.

Como desenvolvedores de software, precisamos acompanhar de perto essas mudanças para oferecer soluções atualizadas e alinhadas com as necessidades do mercado. 

O investimento em tecnologia bancária está em alta, e a tendência é que mais inovações continuem surgindo, e que o futuro dos ERPs é que contemplem a experiência completa de gestão financeira. Portanto, é essencial manter-se atualizado e preparado para essas transformações. 

O blog da TecnoSpeed é uma excelente fonte de informações para isso. A TecnoSpeed é sua aliada na busca por conhecimento sobre tecnologias financeiras. Em nosso blog, você encontra artigos como “Tudo sobre Pix“, que desvenda os mistérios deste sistema de pagamento revolucionário, inclusive, para programar dentro do software ERP. 

Também recomendamos a leitura de “Tudo sobre boleto bancário“, um guia completo sobre este método de pagamento tão presente na vida dos brasileiros e que faz parte da rotina do desenvolvedor fintech.

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